defeco em mim mesmo.
Cagada atrás de cagada.
A carência é o meu laxante.
Algo que não posso evitar
Ou simplesmente vomitar.
Não é o estômago.
É o coração.
Ou não.
Porque a solidão deixa a razão torta.
Choro pra que troquem as minhas fraldas.
Choro pra que me dêem o peito.
Assim meio criança mimada.
Assim meio velho safado.
É feio, eu sei, Sofia?
Não suporto meu cheiro nesses dias.
Como as mulheres que menstruam, apaixono-me.
É bom, mas dói feito virgem.
E o cabaço está sempre lá, intacto.
Sorrio, sofro, tremo, sofro...
Tudo ao mesmo tempo,
Como se fosse sempre a primeira vez.
E você me diz que isso é romântico, Sofia?
Não é.
É estupro.
Sou puta da solidão.
Olhos pintados,
Lábios vermelhos.
No fundo, ridículo palhaço.
Mas se não fosse o salto,
Fugiria desse cafetão.
Ass. Seu Cisco